Este texto
não substitui o publicado no Diário Oficial
LEI Nº 13.407, DE
21.11.03 (D.O. DE 02.12.03)
Institui o Código Disciplinar
da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará,
dispõe sobre o comportamento ético dos militares estaduais, estabelece os
procedimentos para apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar dos
militares estaduais e
dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Esta Lei institui o Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, Corporações Militares Estaduais
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, dispõe sobre o
comportamento ético dos militares estaduais e estabelece os procedimentos para
apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar dos militares
estaduais.
Art. 2º. Estão sujeitos a esta Lei os militares do Estado do serviço ativo, os da
reserva remunerada, nos termos da legislação vigente.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica:
I - aos militares
do Estado, ocupantes de cargos públicos não militares ou eletivos;
II - aos Magistrados
da Justiça Militar;
III - aos militares reformados do Estado.
Art. 3º. Hierarquia militar estadual é a ordenação progressiva da autoridade, em
graus diferentes, da qual decorre a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar
e do Corpo de Bombeiros Militar, culminando no Governador do Estado, Chefe
Supremo das Corporações Militares do Estado.
§ 1º. A ordenação da autoridade se faz por postos e graduações, de acordo com o
escalonamento hierárquico, a antigüidade e a precedência funcional.
§ 2º. Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferido por ato do Governador
do Estado e confirmado
§ 3º. Graduação é o grau hierárquico das praças, conferido pelo
Comandante-Geral da respectiva Corporação Militar.
Art. 4º. A antigüidade entre os militares do Estado, em igualdade de posto ou
graduação, será definida, sucessivamente, pelas seguintes condições:
I - data da última
promoção;
II - prevalência
sucessiva dos graus hierárquicos anteriores;
III - classificação no curso de formação ou habilitação;
IV - data de
nomeação ou admissão;
V - maior idade.
Parágrafo único. Nos casos de promoção a primeiro-tenente, de nomeação de oficiais, ou
admissão de cadetes ou alunos-soldados prevalecerá, para efeito de antigüidade,
a ordem de classificação obtida nos respectivos cursos ou concursos.
Art. 5º. A precedência funcional ocorrerá quando, em igualdade de posto ou
graduação, o oficial ou a praça:
I - ocupar cargo ou
função que lhe atribua superioridade funcional sobre os integrantes do órgão
ou serviço que dirige, comanda ou chefia;
II - estiver no
serviço ativo, em relação aos inativos.
CAPÍTULO II
Da Deontologia
Policial-Militar
Seção I
Disposições Preliminares
Art. 6º. A deontologia militar estadual é constituída
pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem
para que o exercício da profissão do militar estadual atinja plenamente os
ideais de realização do bem comum, mediante:
I - relativamente aos
policiais militares, a preservação da ordem pública e a garantia dos poderes
constituídos;
II - relativamente aos bombeiros militares, a
proteção da pessoa, visando sua incolumidade em situações de risco, infortúnio
ou de calamidade.
§ 1º. Aplicada aos componentes das Corporações Militares, independentemente de
posto ou graduação, a deontologia policial-militar
reúne princípios e valores úteis e lógicos a valores espirituais superiores,
destinados a elevar a profissão do militar estadual à condição de missão.
§ 2º. O militar do Estado prestará compromisso de honra, em caráter solene,
afirmando a consciente aceitação dos valores e deveres militares e a firme
disposição de bem cumpri-los.
Seção II
Dos Valores Militares Estaduais
Art. 7º. Os valores fundamentais, determinantes da moral militar estadual, são os
seguintes:
I - o patriotismo;
II - o civismo;
III - a hierarquia;
IV - a disciplina;
V - o
profissionalismo;
VI - a lealdade;
VII - a constância;
VIII - a verdade real;
IX - a honra;
X - a dignidade humana;
XI - a honestidade;
XII - a coragem.
Seção III
Dos Deveres Militares Estaduais
Art. 8º. Os deveres éticos, emanados dos valores militares estaduais e que
conduzem a atividade profissional sob o signo da retidão moral, são os
seguintes:
I
- cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado
do Ceará e da respectiva Corporação Militar e zelar por sua inviolabilidade;
II
- cumprir os deveres de cidadão;
III - preservar a natureza e o meio ambiente;
IV - servir à comunidade,
procurando, no exercício da suprema missão de preservar a ordem pública e de
proteger a pessoa, promover, sempre, o bem estar comum, dentro da estrita
observância das normas jurídicas e das disposições deste Código;
V
- atuar com devotamento ao interesse público, colocando-o
acima dos anseios particulares;
VI - atuar de forma
disciplinada e disciplinadora, com respeito mútuo a superiores e a
subordinados, e com preocupação para com a integridade física, moral e psíquica
de todos os militares do Estado, inclusive dos agregados, envidando esforços
para bem encaminhar a solução dos problemas surgidos;
VII - ser justo na apreciação de atos e méritos dos subordinados;
VIII - cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuições legalmente definidas,
a Constituição, as leis e as ordens legais das autoridades competentes,
exercendo suas atividades com responsabilidade, incutindo este senso em seus
subordinados;
IX
- dedicar-se em tempo integral ao serviço militar estadual,
buscando, com todas as energias, o êxito e o aprimoramento técnico-profissional
e moral;
X
- estar sempre disponível e preparado para as missões que
desempenhe;
XI
- exercer as funções com integridade e equilíbrio, segundo
os princípios que regem a administração pública, não sujeitando o cumprimento
do dever a influências indevidas;
XII - procurar manter boas relações com outras categorias profissionais,
conhecendo e respeitando-lhes os limites de competência, mas elevando o
conceito e os padrões da própria profissão, zelando por sua competência e
autoridade;
XIII - ser fiel na vida militar, cumprindo os compromissos relacionados às
suas atribuições de agente público;
XIV - manter ânimo forte e fé na missão militar, mesmo diante das
dificuldades, demonstrando persistência no trabalho para superá-las;
XV
- zelar pelo bom nome da Instituição Militar e de seus
componentes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres éticos e legais;
XVI - manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida profissional,
solidarizando-se com os colegas nas dificuldades, ajudando-os no que esteja ao
seu alcance;
XVII - não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que esteja
sendo exercido por outro militar do Estado;
XVIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;
XIX - conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir os princípios de
hierarquia, disciplina, respeito e decoro;
XX - abster-se do
uso do posto, graduação ou cargo para obter facilidades pessoais de qualquer
natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros, exercer
sempre a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida, de
qualquer espécie;
XXI - abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações
hierárquicas em:
a) atividade
político-partidária, salvo quando candidato a cargo eletivo;
b) atividade
comercial ou industrial;
c) pronunciamento
público a respeito de assunto militar, salvo os de natureza técnica;
d) exercício de
cargo ou função de natureza civil;
XXII - prestar assistência moral e material ao lar, conduzindo-o como bom
chefe de família;
XXIII - considerar a verdade, a legalidade e a responsabilidade como
fundamentos de dignidade pessoal;
XXIV - exercer a profissão sem discriminações ou restrições de ordem religiosa,
política, racial ou de condição social;
XXV - atuar com prudência nas ocorrências militares, evitando exacerbá-las;
XXVI - respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa do preso ou de
quem seja objeto de incriminação, evitando o uso desnecessário de violência;
XXVII - observar as normas de boa educação e de discrição nas atitudes, maneiras
e na linguagem escrita ou falada;
XXVIII - não solicitar publicidade ou provocá-lo visando a
própria promoção pessoal;
XXIX - observar os direitos e garantias fundamentais, agindo com isenção,
eqüidade e absoluto respeito pelo ser humano, não se prevalecendo de sua
condição de autoridade pública para a prática de arbitrariedade;
XXX - não usar meio ilícito na produção de trabalho intelectual ou em
avaliação profissional, inclusive no âmbito do ensino;
XXXI - não abusar dos meios do Estado postos à sua disposição, nem
distribuí-los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da administração
pública, coibindo, ainda, a transferência, para fins particulares, de
tecnologia própria das funções militares;
XXXII - atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e conservação
dos bens públicos, cuja utilização lhe for confiada;
XXXIII - proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abnegação e
desprendimento pessoal;
XXXIV - atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem
pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de
serviço suficiente;
XXXV - manter atualizado seu endereço residencial, em seus registros
funcionais, comunicando qualquer mudança;
XXXVI – cumprir o expediente ou serviços ordinário e
extraordinário, para os quais, nestes últimos, esteja nominalmente escalado,
salvo impedimento de força maior.
§ 1º. Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado exercer atividade de
segurança particular, comércio ou tomar parte da administração ou gerência de
sociedade empresária ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista,
cotista ou comanditário.
§ 2º. Compete aos Comandantes fiscalizar os subordinados que apresentarem
sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com a remuneração do respectivo
cargo, provocando a instauração de procedimento criminal e/ou administrativo
necessário à comprovação da origem dos seus bens.
§ 3º. Aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas
sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho
político-partidário, sujeitando-se as manifestações de caráter individual aos
preceitos deste Código.
§ 4º. É assegurado ao militar do Estado inativo o direito de opinar sobre
assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou
relativo à matéria pertinente ao interesse público, devendo observar os
preceitos da ética militar e preservar os valores militares em suas manifestações
essenciais.
CAPÍTULO III
Da
Disciplina Militar
Art. 9º. A disciplina militar é o exato cumprimento dos deveres do militar
estadual, traduzindo-se na rigorosa observância e acatamento integral das
leis, regulamentos, normas e ordens, por parte de todos e de cada integrante
da Corporação Militar.
§ 1º. São manifestações essenciais da disciplina:
I - a observância
rigorosa das prescrições legais e regulamentares;
II - a obediência às
ordens legais dos superiores;
III - o emprego de todas as energias em benefício do serviço;
IV - a correção de
atitudes;
V - as
manifestações espontâneas de acatamento dos valores e deveres éticos;
VI - a colaboração espontânea
na disciplina coletiva e na eficiência da Instituição.
§ 2º. A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos,
permanentemente, pelos militares do Estado, tanto no serviço ativo, quanto na
inatividade.
§ 3º. A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio do militar,
incumbindo aos comandantes incentivar e manter a harmonia e a solidariedade
entre os seus comandados, promovendo estímulos de aproximação e cordialidade.
§ 4º. A civilidade é parte integrante da educação policial‑militar, cabendo a superiores e subordinados
atitudes de respeito e deferência mútuos.
Art. 10. As ordens legais devem ser prontamente acatadas e executadas, cabendo
inteira responsabilidade à autoridade que as determinar.
§ 1º. Quando a ordem parecer obscura, o subordinado, ao recebê-la, poderá
solicitar que os esclarecimentos necessários sejam oferecidos de maneira
formal.
§ 2º. Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento da ordem recebida à
responsabilidade pelo abuso ou excesso que cometer, salvo se o fato é cometido
sob coação irresistível ou sob estreita obediência à ordem, não manifestamente
ilegal, de superior hierárquico, quando só será punível o autor da coação ou da
ordem.
CAPÍTULO IV
Seção I
Disposições Preliminares
Art.
§ 1º. O militar do Estado é responsável pelas decisões que tomar ou pelos atos
que praticar, inclusive nas missões expressamente determinadas, bem como pela
não-observância ou falta de exação no cumprimento de seus deveres.
§ 2º. O superior hierárquico responderá solidariamente, na esfera
administrativo-disciplinar, incorrendo nas mesmas sanções da transgressão
praticada por seu subordinado quando:
I - presenciar o
cometimento da transgressão deixando de atuar para fazê-la cessar
imediatamente;
II - concorrer
diretamente, por ação ou omissão, para o cometimento da transgressão, mesmo
não estando presente no local do ato.
§ 3º. A violação da disciplina militar será tão mais
grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.
§ 4º. A disciplina e o comportamento do militar estadual estão sujeitos à fiscalização,
disciplina e orientação pela Corregedoria-Geral dos Órgãos de Segurança Pública
e Defesa Social, criada pela Lei Estadual n.º
12.691, de 16 de maio de 1997, competindo-lhe, ainda:
§ 4º A disciplina e o comportamento do
militar estadual estão sujeitos à fiscalização, disciplina e orientação pela
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário, na forma da lei: (redação dada
pela Lei N° 14.933, DE 08.06.11)
I - instaurar e
realizar sindicância por suposta transgressão disciplinar que ofenda a
incolumidade da pessoa e do patrimônio estranhos às estruturas das Corporações
Militares do Estado;
II - receber sugestões e reclamações, dando a elas o devido encaminhamento,
inclusive de denúncias que cheguem ao seu conhecimento, desde que diversas das
previstas no inciso I deste parágrafo, bem como acompanhar as suas apurações e
soluções;
III - requerer a instauração de conselho de justificação ou disciplina ou de
processo administrativo-disciplinar, bem como acompanhar a sua apuração ou
solução;
IV - realizar, inclusive por iniciativa própria, inspeções, vistorias, exames,
investigações e auditorias administrativas nos estabelecimentos das Corporações
Militares do Estado;
V - propor
retificação de erros e exigir providências relativas a omissões e à eliminação
de abuso de poder;
VI - requerer a instauração de inquérito policial ou policial militar, bem
como acompanhar a sua apuração ou solução;
VII - realizar os serviços de correição, em caráter permanente ou
extraordinário, nos procedimentos penais militares realizados pelas Corporações
Militares Estaduais;
VIII - criar grupos de trabalho ou comissões, de caráter transitório, para atuar
em projetos e programas específicos, contando com a participação de outros
órgãos e entidades da Administração Pública do Estado.
§ 5º Excepcionalmente, Portaria do Secretário da Segurança Pública e Defesa
Social poderá autorizar as Corporações Militares do Estado a instaurarem e
realizarem sindicâncias de que trata o inciso I deste artigo, competindo à
Corregedoria-Geral acompanhar as suas apurações e soluções.
Seção II
Da Transgressão Disciplinar
Art. 12. Transgressão disciplinar é a infração administrativa caracterizada pela
violação dos deveres militares, cominando ao infrator as sanções previstas
neste Código, sem prejuízo das responsabilidades penal e civil.
§ 1º. As transgressões disciplinares compreendem:
I - todas as ações
ou omissões contrárias à disciplina militar, especificadas no artigo seguinte,
inclusive os crimes previstos nos Códigos Penal ou Penal
Militar;
II - todas as ações
ou omissões não especificadas no artigo seguinte, mas que também violem os
valores e deveres militares.
§ 2º. As transgressões disciplinares previstas nos itens I e II do parágrafo
anterior, serão classificadas como graves, desde que
venham a ser:
I - atentatórias
aos Poderes Constituídos, às instituições ou ao Estado;
II - atentatórias
aos direitos humanos fundamentais;
III - de natureza desonrosa.
§ 3º. As transgressões previstas no inciso II do § 1º e não enquadráveis em
algum dos itens do § 2º, deste artigo, serão classificadas pela autoridade
competente como médias ou leves, consideradas as
circunstâncias do fato.
§ 4º. Ao militar do Estado, aluno de curso militar, aplica-se, no que concerne
à disciplina, além do previsto neste Código, subsidiariamente, o disposto nos
regulamentos próprios dos estabelecimentos de ensino onde estiver matriculado.
§ 5º. A aplicação das penas disciplinares previstas neste Código independe do
resultado de eventual ação penal ou cível.
Art. 13. As transgressões disciplinares são classificadas, de acordo com sua
gravidade, em graves (G), médias (M) e leves (L), conforme disposto neste
artigo.
§ 1º São transgressões disciplinares graves:
I - desconsiderar os
direitos constitucionais da pessoa no ato da prisão (G);
II - usar de força desnecessária
no atendimento de ocorrência ou no ato de efetuar prisão (G);
III - deixar de providenciar para que seja garantida a integridade física das
pessoas que prender ou detiver (G);
IV - agredir física,
moral ou psicologicamente preso sob sua guarda ou permitir que outros o façam
(G);
V - permitir que o
preso, sob sua guarda, conserve em seu poder instrumentos ou outros objetos
proibidos, com que possa ferir a si próprio ou a outrem (G);
VI - faltar com a
verdade (G);
VII - ameaçar, induzir ou instigar alguém para que não declare a verdade em
procedimento administrativo, civil ou penal (G);
VIII - utilizar-se do anonimato para fins ilícitos (G);
IX - envolver,
indevidamente, o nome de outrem para esquivar-se de responsabilidade (G);
X - publicar,
divulgar ou contribuir para a divulgação irrestrita de fatos, documentos ou
assuntos administrativos ou técnicos de natureza militar ou judiciária, que
possam concorrer para o desprestígio da Corporação Militar:
XI - liberar preso
ou detido ou dispensar parte de ocorrência sem competência legal para tanto
(G);
XII - receber vantagem de pessoa interessada no caso de furto, roubo, objeto
achado ou qualquer outro tipo de ocorrência ou procurá-la para solicitar
vantagem (G);
XIII - receber ou permitir que seu subordinado receba, em razão da função
pública, qualquer objeto ou valor, mesmo quando oferecido pelo proprietário ou
responsável (G);
XIV - apropriar-se de bens pertencentes ao patrimônio público ou particular
(G);
XV - empregar
subordinado ou servidor civil, ou desviar qualquer meio material ou financeiro sob
sua responsabilidade ou não, para a execução de atividades diversas daquelas
para as quais foram destinadas, em proveito próprio ou de outrem (G);
XVI - provocar desfalques ou deixar de adotar providências, na esfera de suas
atribuições, para evitá-los (G);
XVII - utilizar-se da condição de militar do Estado para obter facilidades
pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de
terceiros (G);
XVIII - dar, receber ou pedir gratificação ou presente com finalidade de
retardar, apressar ou obter solução favorável em qualquer ato de serviço (G);
XIX - fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, agiotagem ou transação
pecuniária envolvendo assunto de serviço, bens da administração pública ou
material cuja comercialização seja proibida (G);
XX - exercer, o militar do Estado em serviço ativo, a
função de segurança particular ou administrar ou manter vínculo de qualquer
natureza com empresa do ramo de segurança ou vigilância (G);
XXI - exercer
qualquer atividade estranha à Instituição Militar com prejuízo do serviço ou
com emprego de meios do Estado ou manter vínculo de qualquer natureza com
organização voltada para a prática de atividade tipificada como contravenção ou
crime(G);
XXII - exercer, o militar do Estado em serviço ativo, o comércio ou tomar
parte na administração ou gerência de sociedade empresária ou dela ser sócio,
exceto como acionista, cotista ou comanditário (G);
XXIII - deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar sinais exteriores de
riqueza, incompatíveis com a remuneração do cargo (G);
XXIV - não cumprir, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem legal
recebida (G);
XXV - dar, por escrito ou verbalmente, ordem manifestamente ilegal que possa
acarretar responsabilidade ao subordinado, ainda que não chegue a ser cumprida
(G);
XXVI - deixar de assumir a responsabilidade de seus atos ou pelos praticados
por subordinados que agirem em cumprimento de sua ordem (G);
XXVII - aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem legal de
autoridade competente, ou serviço, ou para que seja retardada, prejudicada ou
embaraçada a sua execução (G);
XXVIII - dirigir-se, referir-se ou responder a superior de modo desrespeitoso (G);
XXIX - recriminar ato legal de superior ou procurar desconsiderá-lo (G);
XXX - ofender, provocar ou desafiar superior, igual ou subordinado hierárquico
ou qualquer pessoa, estando ou não de serviço (G);
XXXI - promover ou participar de luta corporal com superior, igual, ou
subordinado hierárquico (G);
XXXII - ofender a moral e os bons costumes por atos, palavras ou gestos (G);
XXXIII - desconsiderar ou desrespeitar, em público ou pela imprensa, os atos ou
decisões das autoridades civis ou dos órgãos dos Poderes Constituídos ou de
qualquer de seus representantes (G);
XXXIV - desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por
palavras, atos ou gestos, no atendimento de ocorrência militar ou em outras
situações de serviço (G);
XXXV - evadir-se ou tentar evadir-se de escolta, bem como resistir a ela (G);
XXXVI - tendo conhecimento de transgressão disciplinar, deixar de apurá-la (G);
XXXVII - deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste, a
qualquer autoridade superior toda informação que tiver sobre iminente
perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço ou de sua marcha,
logo que tenha conhecimento (G);
XXXVIII - omitir, em boletim de ocorrência, relatório ou qualquer documento,
dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos (G);
XXXIX - subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos de interesse da
administração pública ou de terceiros (G);
XL - deixar de
assumir, orientar ou auxiliar o atendimento de ocorrência, quando esta, por sua
natureza ou amplitude, assim o exigir (G);
XLI - passar a ausente (G);
XLII - abandonar serviço para o qual tenha sido designado ou recusar-se a
executá-lo na forma determinada (G);
XLIII - faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente
escalado (G);
XLIV - afastar-se, quando em atividade militar com veículo automotor, aeronave,
embarcação ou a pé, da área em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro de
patrulhamento predeterminado (G);
XLV - dormir em serviço de policiamento, vigilância ou segurança de pessoas ou
instalações, salvo quando autorizado (G);
XLVI - fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de substância
proibida, entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou
introduzi-las em local sob administração militar (G);
XLVII - ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apresentar-se alcoolizado
para prestá-lo (G);
XLVIII - portar ou possuir arma em desacordo com as normas vigentes (G);
XLIX - andar ostensivamente armado, em trajes civis, não se achando de serviço
(G);
L - disparar arma
por imprudência, negligência, imperícia, ou desnecessariamente (G);
LI - não obedecer às
regras básicas de segurança ou não ter cautela na guarda de arma própria ou sob
sua responsabilidade (G);
LII - dirigir viatura ou pilotar aeronave ou embarcação policial com imperícia,
negligência, imprudência ou sem habilitação legal (G);
LIII - retirar ou tentar retirar de local, sob administração militar,
material, viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se,
sem ordem do responsável ou proprietário (G);
LIV - entrar, sair ou tentar fazê-lo, de Organização Militar, com tropa, sem
prévio conhecimento da autoridade competente, salvo para fins de instrução
autorizada pelo comando (G);
LV - freqüentar ou
fazer parte de sindicatos, associações profissionais com caráter de sindicato,
ou de associações cujos estatutos não estejam de conformidade com a lei (G);
LVI - divulgar, permitir ou concorrer para a divulgação indevida de fato ou
documento de interesse da administração pública com classificação sigilosa (G);
LVII - comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório, no qual os
participantes portem qualquer tipo de armamento, ou participar de greve (G);
LVIII - ferir a hierarquia ou a disciplina, de modo comprometedor para a
segurança da sociedade e do Estado (G).
§ 2º. São transgressões disciplinares
médias:
I - reter o preso,
a vítima, as testemunhas ou partes não definidas por mais tempo que o
necessário para a solução do procedimento policial, administrativo ou penal
(M);
II - espalhar boatos
ou notícias tendenciosas em prejuízo da boa ordem civil ou militar ou do bom
nome da Corporação Militar (M);
III - provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarmes
injustificados (M);
IV - concorrer para
a discórdia, desarmonia ou cultivar inimizade entre companheiros (M);
V - entender-se com
o preso, de forma velada, ou deixar que alguém o faça, sem autorização de
autoridade competente (M);
VI - contrair dívida
ou assumir compromisso superior às suas possibilidades, desde que venha a
expor o nome da Corporação Militar (M);
VII - retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem legal recebida
(M);
VIII - interferir na administração de serviço ou na execução de ordem ou
missão sem ter a devida competência para tal (M);
IX - procurar
desacreditar seu superior ou subordinado hierárquico (M);
X - deixar de
prestar a superior hierárquico continência ou outros
sinais de honra e respeito previstos em regulamento (M);
XI - deixar de
corresponder a cumprimento de seu subordinado (M);
XII - deixar de exibir, estando ou não uniformizado, documento de
identidade funcional ou recusar-se a declarar seus
dados de identificação quando lhe for exigido por autoridade competente (M);
XIII - deixar de fazer a devida comunicação disciplinar (M);
XIV - deixar de punir o transgressor da disciplina, salvo se houver causa de
justificação (M);
XV - não levar fato
ilegal ou irregularidade que presenciar ou de que tiver ciência, e não lhe
couber reprimir, ao conhecimento da autoridade para isso competente (M);
XVI - deixar de manifestar-se nos processos que lhe forem encaminhados, exceto
nos casos de suspeição ou impedimento, ou de absoluta falta de elementos,
hipótese em que essas circunstâncias serão declaradas (M);
XVII - deixar de encaminhar à autoridade competente, no mais curto prazo e
pela via hierárquica, documento ou processo que receber,
se não for de sua alçada a solução (M);
XVIII - trabalhar mal, intencionalmente ou por desídia, em qualquer serviço,
instrução ou missão (M);
XIX - retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária militar que deva
promover ou em que esteja investido (M);
XX - desrespeitar
medidas gerais de ordem militar, judiciária ou administrativa, ou embaraçar
sua execução (M);
XXI - não ter, pelo preparo próprio ou de seus subordinados ou instruendos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever
(M);
XXII - causar ou contribuir para a ocorrência de acidente de serviço ou
instrução (M);
XXIII - apresentar comunicação disciplinar ou representação sem fundamento ou
interpor recurso disciplinar sem observar as prescrições regulamentares (M);
XXIV - dificultar ao subordinado o oferecimento de representação ou o
exercício do direito de petição (M);
XXV - faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir, ou ainda,
retirar-se antes de seu encerramento sem a devida autorização (M);
XXVI - afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de dispositivo
ou ordem legal (M);
XXVII - permutar serviço sem permissão da autoridade competente (M);
XXVIII - simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever (M);
XXIX - deixar de se apresentar às autoridades competentes nos casos de
movimentação ou quando designado para comissão ou serviço extraordinário (M);
XXX - não se apresentar ao seu superior imediato ao término de qualquer
afastamento do serviço ou, ainda, logo que souber que o mesmo tenha sido
interrompido ou suspenso (M);
XXXI - dormir em serviço, salvo quando autorizado (M);
XXXII - introduzir bebidas alcoólicas em local sob administração militar,
salvo se devidamente autorizado (M);
XXXIII - comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório, no qual os
participantes não portem qualquer tipo de armamento, que possa concorrer para o
desprestígio da corporação militar ou ferir a hierarquia e a disciplina;
XXXIV - ter em seu poder, introduzir, ou distribuir em local sob administração
militar, substância ou material inflamável ou explosivo sem permissão da
autoridade competente (M);
XXXV - desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou de navegação
marítima, lacustre ou fluvial, salvo quando essencial ao atendimento de
ocorrência emergencial (M);
XXXVI - autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas,
aeronaves, embarcações ou animais, salvo quando essencial ao atendimento de
ocorrência emergencial (M);
XXXVII - não ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inutilizar, por ação ou
omissão, bens ou animais pertencentes ao patrimônio público ou particular, que
estejam ou não sob sua responsabilidade (M);
XXXVIII - negar-se a utilizar ou a receber do Estado fardamento, armamento,
equipamento ou bens que lhe sejam destinados ou devam ficar em seu poder ou sob
sua responsabilidade (M);
XXXIX - deixar o responsável pela segurança da Organização Militar de cumprir
as prescrições regulamentares com respeito à entrada, saída e permanência de
pessoa estranha (M);
XL - permitir que
pessoa não autorizada adentre prédio ou local interditado (M);
XLI - deixar, ao entrar ou sair de Organização Militar onde não sirva, de dar
ciência da sua presença ao Oficial-de-Dia ou de
serviço e, em seguida, se oficial, de procurar o comandante ou o oficial de
posto mais elevado ou seu substituto legal para expor a razão de sua presença,
salvo as exceções regulamentares previstas (M);
XLII - adentrar, sem permissão ou ordem, aposentos destinados a superior ou
onde este se encontre, bem como qualquer outro lugar cuja entrada lhe seja
vedada (M);
XLIII - abrir ou tentar abrir qualquer dependência da Organização Militar, desde
que não seja a autoridade competente ou sem sua ordem, salvo em situações de
emergência (M);
XLIV - permanecer em dependência de outra Organização Militar ou local de
serviço sem consentimento ou ordem da autoridade competente (M);
XLV - deixar de exibir a superior hierárquico, quando por ele solicitado,
objeto ou volume, ao entrar ou sair de qualquer Organização Militar (M);
XLVI - apresentar-se, em qualquer situação, mal uniformizado, com o uniforme
alterado ou diferente do previsto, contrariando o Regulamento de Uniformes da
Corporação Militar ou norma a respeito (M);
XLVII - usar no uniforme insígnia, medalha, condecoração ou distintivo, não regulamentares ou de forma indevida (M);
XLVIII - comparecer, uniformizado, a manifestações ou reuniões de caráter
político-partidário, salvo por motivo de serviço (M);
XLIX - autorizar, promover ou participar de petições ou manifestações de
caráter reivindicatório, de cunho político-partidário, religioso, de crítica
ou de apoio a ato de superior, para tratar de assuntos de natureza militar,
ressalvados os de natureza técnica ou científica havidos em razão do exercício
da função militar (M);
L - freqüentar
lugares incompatíveis com o decoro social ou militar, salvo por motivo de
serviço (M);
LI - recorrer a outros órgãos, pessoas ou instituições para resolver assunto
de interesse pessoal relacionado com a corporação militar, sem observar os
preceitos estabelecidos neste estatuto (M);
LII - assumir compromisso em nome da Corporação Militar, ou representá-la em
qualquer ato, sem estar devidamente autorizado (M);
LIII - deixar de cumprir ou fazer cumprir as normas legais ou regulamentares,
na esfera de suas atribuições (M);
LIV - faltar a ato judiciário, administrativo ou similar, salvo motivo
relevante a ser comunicado por escrito à autoridade a que
estiver subordinado, e assim considerado por esta, na primeira
oportunidade, antes ou depois do ato, do qual tenha sido previamente
cientificado (M);
LV - deixar de identificar-se quando solicitado, ou
quando as circunstâncias o exigirem (M);
LVI - procrastinar injustificadamente expediente que lhe seja encaminhado, bem
como atrasar o prazo de conclusão de inquérito policial militar, conselho de
justificação ou disciplina, processo administrativo-disciplinar, sindicância ou
similar (M);
LVII - manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de nótorios e desabonados antecedentes criminais ou policiais,
salvo por motivo relevante ou de serviço (M);
LVIII - retirar, sem autorização da autoridade competente, qualquer objeto ou
documento da Corporação Militar (M);
§ 3º. São transgressões disciplinares leves:
I - deixar de
comunicar ao superior a execução de ordem dele recebida, no mais curto prazo
possível (L);
II - retirar-se da
presença do superior hierárquico sem obediência às normas regulamentares (L);
III - deixar, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se ao seu
superior funcional, conforme prescrições regulamentares (L);
IV - deixar, nas
solenidades, de apresentar-se ao superior hierárquico de posto ou graduação
mais elevada e de saudar os demais, de acordo com as normas regulamentares (L);
V - consentir, o
responsável pelo posto de serviço ou a sentinela, na formação de grupo ou
permanência de pessoas junto ao seu posto (L);
VI - içar ou arriar,
sem ordem, bandeira ou insígnia de autoridade (L);
VII - dar toques ou fazer sinais, previstos nos regulamentos, sem ordem de
autoridade competente (L);
VIII - conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios (L);
IX - deixar de comunicar a alteração de dados de qualificação pessoal ou mudança
de endereço residencial
(L);
X - chegar atrasado
ao expediente, ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado ou a
qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir (L);
XI - deixar de
comunicar a tempo, à autoridade competente, a impossibilidade de comparecer à
Organização Militar (OPM ou OBM) ou a qualquer ato ou serviço de que deva
participar ou a que deva assistir (L);
XII - permanecer, alojado ou não, deitado em horário de expediente no
interior da Organização Militar, sem autorização de quem de direito (L);
XIII - fumar em local não permitido (L);
XIV - tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em
local sob administração militar, ou em qualquer outro, quando uniformizado
(L);
XV - conduzir
veículo, pilotar aeronave ou embarcação oficial, sem autorização do órgão
militar competente, mesmo estando habilitado (L);
XVI - transportar na viatura, aeronave ou embarcação que esteja sob seu
comando ou responsabilidade, pessoal ou material, sem autorização da autoridade
competente (L);
XVII - andar a cavalo, a trote ou galope, sem necessidade, pelas ruas da
cidade ou castigar inutilmente a montada (L);
XVIII - permanecer em dependência da própria Organização Militar ou local de serviço,
desde que a ele estranho, sem consentimento ou ordem da autoridade competente
(L);
XIX - entrar ou sair, de qualquer Organização Militar, por lugares que não
sejam para isso designados (L);
XX - ter em seu
poder, introduzir ou distribuir, em local sob administração militar,
publicações, estampas ou jornais que atentem contra a disciplina, a moral ou as
instituições (L);
XXI - usar vestuário incompatível com a função ou descurar do asseio próprio
ou prejudicar o de outrem (L);
XXII - estar em desacordo com as normas regulamentares de apresentação
pessoal (L);
XXIII - recusar ou devolver insígnia, salvo quando a regulamentação o permitir
(L);
XXIV - aceitar qualquer manifestação coletiva de subordinados, com exceção
das demonstrações de boa e sã camaradagem e com prévio conhecimento do
homenageado (L);
XXV - discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação,
sobre assuntos políticos, militares ou policiais, excetuando-se os de natureza
exclusivamente técnica, quando devidamente autorizado (L).
XXVI - transferir o oficial a responsabilidade ao escrivão da elaboração de
inquérito policial militar, bem como deixar de fazer as devidas inquirições
(L);
XXVII - acionar desnecessariamente sirene de viatura policial ou bombeirística (L).
§ 4º. Aos procedimentos disciplinares, sempre serão garantidos o direito a
ampla defesa e o contraditório.
CAPÍTULO V
Das Sanções Administrativas Disciplinares
Seção I
Disposições Gerais
Art. 14. As sanções disciplinares aplicáveis aos militares do Estado, independentemente
do posto, graduação ou função que ocupem, são:
I - advertência;
II - repreensão;
III - permanência disciplinar;
IV - custódia
disciplinar;
V - reforma administrativa disciplinar;
VI - demissão;
VII - expulsão;
VIII - proibição do uso do uniforme e do porte de arma.
Parágrafo único. Todo fato que constituir transgressão deverá ser levado ao conhecimento
da autoridade competente para as providências disciplinares.
Seção II
Da Advertência
Art.
Parágrafo único. A sanção de que trata o caput
aplica‑se exclusivamente às faltas de natureza
leve, constituindo ato nulo quando aplicada em relação à falta média ou grave.
Da Repreensão
Art.
Parágrafo único. A sanção de que trata o caput
aplica‑se às faltas de natureza leve e média,
constituindo ato nulo quando aplicada em relação à falta grave.
Seção IV
Da Permanência Disciplinar
Art.
Parágrafo único. O militar do Estado sob permanência disciplinar comparecerá a todos os
atos de instrução e serviço, internos e externos.
Art.
§ 1º. Na hipótese da conversão, a classificação do comportamento do militar do
Estado será feita com base na sanção de permanência disciplinar.
§ 2º. Considerar-se-á 1 (um) dia de prestação de
serviço extraordinário equivalente ao cumprimento de 1 (um) dia de permanência,
salvo nos casos em que o transgressor não possua nenhuma falta grave ou média,
quando 1 (um) dia de prestação de serviço extraordinário equivalerá ao
cumprimento de 2 (dois) dias de permanência.
§ 3º. O prazo para o encaminhamento do pedido de conversão será de 3 (três) dias úteis, contados da data da publicação da
sanção de permanência.
§ 4º. O pedido de conversão elide o pedido de reconsideração de ato.
§ 5º. Nos casos em que o transgressor não possua nenhuma falta grave ou média,
o pedido de conversão não elidirá o pedido de reconsideração de ato.
Art.
§ 1º. O limite máximo de conversão da permanência disciplinar em serviço
extraordinário é de 5 (cinco) dias.
§ 2º. O militar do Estado, punido com período superior a 5
(cinco) dias de permanência disciplinar, somente poderá pleitear a conversão
até o limite previsto no parágrafo anterior, a qual, se concedida, será sempre
cumprida na fase final do período de punição.
§ 3º. A prestação do serviço extraordinário não poderá ser executada
imediatamente após ou anteriormente a este, ao término de um serviço ordinário.
Da Custódia Disciplinar
Art.
§ 1º. Nos dias em que o militar do Estado permanecer custodiado perderá todas
as vantagens e direitos decorrentes do exercício do posto ou graduação,
inclusive o direito de computar o tempo da pena para qualquer efeito.
§ 2º. A custódia disciplinar somente poderá ser aplicada quando da reincidência
no cometimento de transgressão disciplinar de natureza grave.
Art.
Art.
§ 1º. A autoridade que entender necessária a aplicação da custódia disciplinar
providenciará para que a documentação alusiva à respectiva transgressão seja
remetida à autoridade competente.
§ 2º. Ao Governador do Estado compete conhecer da sanção disciplinar prevista
neste artigo em grau de recurso, quando tiver sido aplicada pelo Secretário da
Segurança Pública e Defesa Social.
§
2º
Ao Governador do Estado compete conhecer da sanção disciplinar prevista neste
artigo em grau de recurso, quando tiver sido aplicada pelo Controlador Geral de
Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, cabendo ao
Conselho de Disciplina e Correição o conhecimento do recurso quando a aplicação
da sanção decorrer de ato das autoridades previstas no caput deste artigo. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.933, de
08.06.11)
Seção
VI
Da Reforma Administrativa Disciplinar
Art.
I - ao oficial
julgado incompatível ou indigno profissionalmente para com o oficialato, após
sentença passada em julgado no Tribunal competente, ressalvado o caso de
demissão;
II - à praça que se
tornar incompatível com a função militar estadual, ou nociva à disciplina, e
tenha sido julgada passível de reforma.
Parágrafo único. O militar do Estado que sofrer reforma administrativa disciplinar
receberá remuneração proporcional ao tempo de serviço militar.
Seção VII
Da Demissão
Art.
I - ao oficial
quando:
a) for condenado na
Justiça Comum ou Militar a pena
privativa de liberdade por tempo superior a 2 (dois)
anos, por sentença passada em julgado, observado o disposto no art. 125, § 4º, e art. 142, § 3º, VI e VII, da Constituição
Federal, e art. 176, §§ 8o e
9o da Constituição do Estado;
b) for condenado a pena de perda da função pública, por sentença
passada em julgado;
c) for considerado
moral ou profissionalmente inidôneo para a promoção ou revelar
incompatibilidade para o exercício da função militar, por sentença passada em
julgado no Tribunal competente;
II - à praça quando:
a) for condenada na
Justiça Comum ou Militar a pena privativa de liberdade por tempo superior a 2 (dois) anos, por sentença passada em julgado, observado
o disposto no art. 125, § 4º. da Constituição Federal e art. 176, § 12, da Constituição do Estado;
b) for condenada a
pena de perda da função pública, por sentença passada em julgado;
c) praticar ato ou
atos que revelem incompatibilidade com a função militar estadual, comprovado
mediante processo regular;
d) cometer
transgressão disciplinar grave, estando há mais de 2
(dois) anos consecutivos ou 4 (quatro) anos alternados no mau comportamento,
apurado mediante processo regular;
e) houver cumprido
a pena conseqüente do crime de deserção, após apurada a motivação em
procedimento regular, onde lhe seja assegurado o contraditório e a ampla
defesa.
f) considerada
desertora e capturada ou apresentada, tendo sido submetida a exame de saúde,
for julgada incapaz definitivamente para o serviço militar.
Parágrafo único. O oficial demitido perderá o posto e a patente, e a praça, a graduação.
Seção VIII
Da Expulsão
Art.
Parágrafo único. A participação em greve ou em passeatas, com uso de arma, ainda que por
parte de terceiros, configura ato atentatório contra a segurança das
instituições nacionais.
Seção IX
Da Proibição do Uso de Uniformes e de
Porte de Arma
Art.
CAPÍTULO
VI
Do Recolhimento Transitório
Art. 26. O recolhimento transitório não constitui sanção disciplinar, sendo medida
preventiva e acautelatória da ordem social e da disciplina militar, consistente
no desarmamento e recolhimento do militar à prisão, sem nota de punição
publicada em boletim, podendo ser excepcionalmente adotada quando houver fortes
indícios de autoria de crime propriamente militar ou transgressão militar e a
medida for necessária:
I – ao bom
andamento das investigações para sua correta apuração; ou
II – à preservação
da segurança pessoal do militar e da sociedade, em razão do militar:
a) mostrar-se agressivo e violento,
pondo em risco a própria vida e a de terceiros; ou,
b) encontrar-se embriagado
ou sob ação de substância entorpecente.
§ 1º. A condução do militar do Estado à autoridade competente para determinar
o recolhimento transitório somente poderá ser efetuada por superior hierárquico
ou por oficial com precedência funcional ou hierárquica sobre o conduzido.
§ 2º. São autoridades competentes para
determinar o recolhimento transitório aquelas
elencadas no art. 31 deste Código.
§ 3º. As decisões de aplicação do recolhimento transitório serão sempre
fundamentadas e imediatamente comunicadas ao Juiz Auditor, Ministério Público e
Corregedor-Geral, no caso de suposto cometimento deste crime, ou apenas a este
último, no caso de suposta prática de transgressão militar.
§ 3º As decisões de
aplicação do recolhimento transitório serão sempre fundamentadas e
imediatamente comunicadas ao Juiz Auditor, Ministério Público e Controlador
Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, no
caso de suposto cometimento deste crime, ou apenas a este último, no caso de suposta
prática de transgressão militar. (Nova redação
dada pela Lei n.º 14.933, de 08.06.11)
§ 4º. O militar do Estado sob recolhimento transitório, nos termos deste
artigo, somente poderá permanecer nessa situação pelo tempo necessário ao
restabelecimento da normalidade da situação considerada, sendo que o prazo
máximo será de 5 (cinco) dias, salvo determinação em
contrário da autoridade judiciária competente.
§ 5º. O militar do Estado não sofrerá prejuízo funcional ou remuneratório em
razão da aplicação da medida preventiva de recolhimento transitório.
§ 6º. Ao militar estadual preso nas
circunstâncias deste artigo, são garantidos os seguintes direitos:
I - justificação, por escrito, do
motivo do recolhimento transitório;
II - identificação do responsável pela
aplicação da medida;
III - comunicação imediata do local onde
se encontra recolhido a pessoa por ele indicada;
IV - ocupação da prisão conforme o seu
círculo hierárquico;
V - apresentação de recurso.
§ 7º. O recurso do recolhimento
transitório será interposto perante o Comandante da Corporação Militar onde
estiver recolhido o militar.
§ 8º. Na hipótese do recolhimento
transitório ser determinado pelo Comandante da Corporação Militar para onde for
recolhido o militar, o recurso será interposto perante esta autoridade, que
imediatamente o encaminhará ao seu superior hierárquico, a quem incumbirá a decisão.
§ 9º. A decisão do recurso será
fundamentada e proferida no prazo de dois dias úteis. Expirado esse prazo, sem
a decisão do recurso, o militar será liberado imediatamente.
CAPÍTULO VII
Seção I
Da Comunicação Disciplinar
Art.
Art.
§ 1º. A comunicação disciplinar deverá ser apresentada no prazo de 5 (cinco) dias, contados da constatação ou conhecimento do
fato, ressalvadas as disposições relativas ao recolhimento transitório, que
deverá ser feita imediatamente.
§ 2º. A comunicação disciplinar deve ser a expressão da verdade, cabendo à
autoridade competente encaminhá-la ao indiciado para que, por escrito,
manifeste-se preliminarmente sobre os fatos, no prazo de 3
(três) dias.
§ 3º. Conhecendo a manifestação preliminar e considerando praticada a
transgressão, a autoridade competente elaborará termo acusatório motivado, com
as razões de fato e de direito, para que o militar do Estado possa exercitar, por
escrito, o seu direito a ampla defesa e ao contraditório, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4º. Estando a autoridade convencida do cometimento da transgressão,
providenciará o enquadramento disciplinar, mediante nota de culpa ou, se
determinar outra solução, deverá fundamentá-la por despacho nos autos.
§ 5º. Poderá ser dispensada a manifestação preliminar do indiciado quando a
autoridade competente tiver elementos de convicção suficientes para a elaboração
do termo acusatório, devendo esta circunstância constar do respectivo termo.
Art.
§ 1º. A solução será dada no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do
recebimento da defesa do acusado, prorrogável, no máximo, por mais 15 (quinze)
dias, mediante declaração de motivos.
§ 2º. No caso de afastamento regulamentar do transgressor, os prazos
supracitados serão interrompidos, reiniciada a
contagem a partir da sua reapresentação.
§ 3º. Em qualquer circunstância, o signatário da comunicação disciplinar
deverá ser notificado da respectiva solução, no prazo máximo de 90 (noventa)
dias da data da comunicação.
§ 4º. No caso de não cumprimento do prazo do parágrafo anterior, poderá o
signatário da comunicação solicitar, obedecida a via hierárquica, providências
a respeito da solução.
Seção II
Da Representação
Art. 30. Representação é toda comunicação
que se referir a ato praticado ou aprovado por superior hierárquico ou
funcional, que se repute irregular, ofensivo, injusto ou ilegal.
§ 1º. A representação será dirigida à autoridade funcional imediatamente
superior àquela contra a qual é atribuída a prática do ato irregular, ofensivo,
injusto ou ilegal.
§ 2º. A representação contra ato disciplinar será feita somente após solucionados os recursos disciplinares previstos neste
Código e desde que a matéria recorrida verse sobre a legalidade do ato
praticado.
§ 3º. A representação nos termos do parágrafo anterior será exercida no prazo
estabelecido no § 3º, do art. 58.
§ 4º. O prazo para o encaminhamento de representação será de 5
(cinco) dias úteis, contados da data do conhecimento do ato ou fato que a
motivar.
CAPÍTULO VIII
Da Competência, do Julgamento, da
Aplicação e do
Cumprimento das Sanções Disciplinares
Seção I
Da Competência
Art.
I - o Governador do Estado: a todos os militares do Estado sujeitos a este
Código;
II - o Secretário da Segurança Pública e Defesa Social e o respectivo
Comandante-Geral: a todos os militares do Estado sujeitos a este Código,
exceto os indicados no inciso seguinte;
III - o Chefe da Casa Militar: aos integrantes desta;
I - o Governador do Estado: a todos os militares do Estado sujeitos a este Código;
II - o Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, o respectivo Comandante Geral e o Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário: a todos os militares do Estado sujeitos a este Código;
III - os oficiais da ativa: aos militares do Estado que estiverem sob seu comando ou integrantes das OPM ou OBM subordinadas. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.933, de 08.06.11)
IV - os
Subcomandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar: a todos sob
seu comando e das unidades subordinadas e às praças inativas da reserva
remunerada;
V - os oficiais da
ativa: aos militares do Estado que estiverem sob seu comando ou integrantes
das OPM ou OBM subordinadas.
Parágrafo único. Ao Secretário da Segurança Pública e Defesa Social e aos
Comandantes-Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar compete
conhecer das sanções disciplinares aplicadas aos inativos da reserva
remunerada, em grau de recurso, respectivamente, se oficial ou praça.
Parágrafo único. Ao Controlador Geral de Disciplina e aos Comandantes-Gerais da Polícia
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar compete conhecer das sanções
disciplinares aplicadas aos inativos da reserva remunerada, em grau de recurso,
respectivamente, se oficial ou praça. (Nova
redação dada pela Lei n.º 14.933, de 08.06.11)
Seção II
Dos Limites de Competência das
Autoridades
Art. 32. O Governador do Estado é competente para aplicar todas as sanções
disciplinares previstas neste Código, cabendo às demais autoridades as
seguintes competências:
I - ao Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, ao Chefe da Casa
Militar e ao respectivo Comandante-Geral da Corporação Militar: todas as
sanções disciplinares exceto a demissão de oficiais;
I - ao Controlador
Geral de Disciplina: todas as sanções disciplinares exceto a demissão de
oficiais; (Nova redação dada pela Lei n.º
14.933, de 08.06.11)
II - ao respectivo
Subcomandante da Corporação Militar e ao Subchefe da Casa Militar, as sanções
disciplinares de advertência, repreensão, permanência disciplinar, custódia
disciplinar e proibição do uso de uniformes, até os limites máximos previstos;
III - aos oficiais do posto de coronel: as sanções disciplinares de
advertência, repreensão, permanência disciplinar de até 20 (vinte) dias e
custódia disciplinar de até 15 (quinze) dias;
IV - aos oficiais do
posto de tenente-coronel: as sanções disciplinares de advertência, repreensão
e permanência disciplinar de até 20 (vinte) dias;
V - aos oficiais do
posto de major: as sanções disciplinares de advertência, repreensão e
permanência disciplinar de até 15 (quinze) dias;
VI - aos oficiais do
posto de capitão: as sanções disciplinares de advertência, repreensão e permanência
disciplinar de até 10 (dez) dias;
VII - aos oficiais do posto de tenente: as sanções disciplinares de
advertência, repreensão e permanência disciplinar de até 5
(cinco) dias.
Seção III
Do Julgamento
Art. 33. Na aplicação das sanções disciplinares serão sempre considerados a
natureza, a gravidade e os motivos determinantes do fato, os danos causados, a
personalidade e os antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau da
culpa.
Art. 34. Não haverá aplicação de sanção disciplinar quando for reconhecida
qualquer das seguintes causas de justificação:
I - motivo de força
maior ou caso fortuito, plenamente comprovados;
II – em preservação da ordem pública ou do interesse coletivo;
III - legítima defesa própria ou de outrem;
IV - obediência a
ordem superior, desde que a ordem recebida não seja manifestamente ilegal;
V - uso de força
para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu
dever, no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pública ou
manutenção da ordem e da disciplina.
Art. 35. São circunstâncias atenuantes:
I - estar, no
mínimo, no bom comportamento;
II - ter prestado
serviços relevantes;
III - ter admitido a transgressão de autoria ignorada ou, se conhecida,
imputada a outrem;
IV - ter praticado a
falta para evitar mal maior;
V - ter praticado a
falta em defesa de seus próprios direitos ou dos de outrem;
VI - ter praticado a
falta por motivo de relevante valor social;
VII - não possuir prática no serviço;
VIII - colaborar na apuração da transgressão disciplinar.
Art. 36. São circunstâncias agravantes:
I - estar em mau
comportamento;
II - prática
simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - reincidência;
IV - conluio de duas
ou mais pessoas;
V - ter sido a falta
praticada durante a execução do serviço;
VI - ter sido a
falta praticada em presença de subordinado, de tropa ou de civil;
VII - ter sido a falta praticada com abuso de autoridade hierárquica ou
funcional ou com emprego imoderado de violência manifestamente desnecessária.
§ 1º. Não se aplica a circunstância agravante prevista no inciso V quando, pela
sua natureza, a transgressão seja inerente à execução do serviço.
§ 2º. Considera-se reincidência o enquadramento da falta praticada num dos
itens previstos no art. 13 ou no inciso II do § 1º. do
art. 12.
Seção IV
Da Aplicação
Art.
Art. 38. O enquadramento disciplinar é a descrição da transgressão cometida, dele
devendo constar, resumidamente, o seguinte:
I - indicação da
ação ou omissão que originou a transgressão;
II - tipificação da
transgressão disciplinar;
III - alegações de defesa do transgressor;
IV - classificação
do comportamento policial-militar em que o punido permaneça ou ingresse;
V - discriminação,
em incisos e artigos, das causas de justificação ou das circunstâncias
atenuantes e ou agravantes;
VI - decisão da
autoridade impondo, ou não, a sanção;
VII - observações, tais como:
a) data do início
do cumprimento da sanção disciplinar;
b) local do
cumprimento da sanção, se for o caso;
c) determinação
para posterior cumprimento, se o transgressor estiver baixado, afastado do
serviço ou à disposição de outra autoridade;
d) outros dados
que a autoridade competente julgar necessários;
VIII - assinatura da autoridade.
Art.
Parágrafo único. A advertência não deverá constar de publicação em boletim, figurando,
entretanto, no registro de informações de punições para os oficiais, ou na nota
de corretivo das praças.
Art. 40. As sanções aplicadas a oficiais, alunos-oficiais, subtenentes e
sargentos serão publicadas somente para conhecimento dos integrantes dos seus
respectivos círculos e superiores hierárquicos, podendo ser dadas ao conhecimento
geral se as circunstâncias ou a natureza da transgressão e o bem da disciplina
assim o recomendarem.
Art. 41. Na aplicação das sanções disciplinares previstas neste Código, serão
rigorosamente observados os seguintes limites:
I - quando as circunstâncias
atenuantes preponderarem, a sanção não será aplicada
em seu limite máximo;
II - quando as circunstâncias agravantes preponderarem, poderá ser aplicada a
sanção até o seu limite máximo;
III - pela mesma transgressão não será aplicada mais de uma sanção
disciplinar, sendo nulas as penas mais brandas quando indevidamente aplicadas a
fatos de gravidade com elas incompatível, de modo que prevaleça a penalidade
devida para a gravidade do fato.
Art.
I - as faltas leves
são puníveis com advertência ou repreensão e, na reincidência, com permanência
disciplinar de até 5 (cinco) dias;
II - as faltas
médias são puníveis com permanência disciplinar de até 8(oito)
dias e, na reincidência, com permanência disciplinar de até 15(quinze) dias;
III - as faltas graves são puníveis com permanência disciplinar de até 10
(dez) dias ou custódia disciplinar de até 8 (oito)
dias e, na reincidência, com permanência de até 20 (vinte) dias ou custódia
disciplinar de até 15 (quinze) dias, desde que não caiba demissão ou expulsão.
Art. 43. O início do cumprimento da sanção disciplinar dependerá de aprovação do
ato pelo Comandante da Unidade ou pela autoridade funcional imediatamente
superior, quando a sanção for por ele aplicada, e prévia publicação em boletim,
ressalvados os casos de necessidade da medida preventiva de recolhimento
transitório, prevista neste Código.
Art.
Parágrafo único. A instauração de inquérito ou ação criminal não impede a imposição, na
esfera administrativa, de sanção pela prática de transgressão disciplinar sobre
o mesmo fato.
Art. 45. Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, serão
impostas as sanções correspondentes isoladamente; em caso contrário, quando
forem praticadas de forma conexa, as de menor gravidade serão consideradas como
circunstâncias agravantes da transgressão principal.
Art. 46. Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo militares do Estado
de mais de uma Unidade, caberá ao comandante da área territorial
onde ocorreu o fato apurar ou determinar a apuração e, ao final, se necessário,
remeter os autos à autoridade funcional superior comum aos envolvidos.
Art. 47. Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com
ação disciplinar sobre o transgressor, conhecerem da transgressão disciplinar,
competirá à de maior hierarquia apurá-la ou determinar que a menos graduada o
faça.
Parágrafo único. Quando a apuração ficar sob a incumbência da autoridade menos graduada,
a punição resultante será aplicada após a aprovação da autoridade superior, se
esta assim determinar.
Art.
Seção V
Art.
Parágrafo único. Quando o local determinado para o cumprimento da sanção não for a respectiva OPM ou OBM, a autoridade indicará o local designado
para a apresentação do militar punido.
Art. 50. Nenhum militar do Estado será interrogado ou ser-lhe-á aplicada sanção
se estiver em estado de embriaguez, ou sob a ação de substância entorpecente
ou que determine dependência física ou psíquica, devendo, se
necessário, ser, desde logo, recolhido transitoriamente, por medida
preventiva.
Art. 51. O cumprimento da sanção disciplinar, por militar do Estado afastado do
serviço, deverá ocorrer após a sua apresentação na OPM ou OBM, pronto para o
serviço militar, salvo nos casos de interesse da preservação da ordem e da
disciplina.
Parágrafo único. A interrupção de afastamento regulamentar, para cumprimento de sanção
disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado,
Secretário da Segurança Pública e Defesa Social ou pelo respectivo Comandante-Geral.
Parágrafo único. A interrupção de afastamento regulamentar, para cumprimento de sanção
disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou
pelo Controlador Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário.
(Nova redação dada pela Lei n.º 14.933, de
08.06.11)
Art. 52. O início do cumprimento da sanção disciplinar deverá ocorrer no prazo
máximo de 5(cinco) dias após a ciência, pelo militar
punido, da sua publicação.
§ 1º. A contagem do tempo de cumprimento da sanção começa no momento em que o
militar do Estado iniciá-lo, computando-se cada dia como período de 24 (vinte e
quatro) horas.
§ 2º. Não será computado, como
cumprimento de sanção disciplinar, o tempo em que o militar do Estado passar
em gozo de afastamentos regulamentares, interrompendo-se a contagem a partir
do momento de seu afastamento até o seu retorno.
§ 3º. O afastamento do militar do Estado
do local de cumprimento da sanção e o seu retorno a esse local, após o afastamento
regularmente previsto no § 2º, deverão ser objeto de publicação.
CAPÍTULO IX
Do Comportamento
Art. 53. O comportamento da praça militar demonstra o seu procedimento na vida
profissional e particular, sob o ponto de vista disciplinar.
Art. 54. Para fins disciplinares e para outros efeitos, o comportamento militar
classifica-se em:
I - Excelente -
quando, no período de 10 (dez) anos, não lhe tenha sido aplicada qualquer
sanção disciplinar, mesmo por falta leve;
II - Ótimo - quando, no período de 5 (cinco) anos,
lhe tenham sido aplicadas até 2 (duas)
repreensões;
III - Bom - quando, no período de 2 (dois) anos, lhe
tenham sido aplicadas até 2 (duas) permanências disciplinares;
IV - Regular -
quando, no período de 1 (um) ano, lhe tenham sido
aplicadas até 2 (duas) permanências disciplinares ou 1 (uma) custódia
disciplinar;
V - Mau - quando,
no período de 1 (um) ano, lhe tenham sido aplicadas
mais de 2 (duas) permanências disciplinares ou mais de 1 (uma) custódia disciplinar.
§ 1º. A contagem de tempo para melhora do comportamento se fará
automaticamente, de acordo com os prazos estabelecidos neste artigo.
§ 2º. Bastará uma única sanção disciplinar acima dos limites estabelecidos
neste artigo para alterar a categoria do comportamento.
§ 3º. Para a classificação do comportamento fica estabelecido que duas
repreensões equivalerão a uma permanência disciplinar.
§ 4º. Para efeito de classificação, reclassificação ou melhoria do
comportamento, ter-se-ão como bases as datas em que as sanções foram publicadas.
Art. 55. Ao ser admitida, a praça militar será
classificada no comportamento “bom”.
CAPÍTULO X
Dos Recursos Disciplinares
Art. 56. O militar do Estado, que considere a si próprio, a subordinado seu ou a
serviço sob sua responsabilidade prejudicado, ofendido ou injustiçado por ato
de superior hierárquico, poderá interpor recursos disciplinares.
Parágrafo único. São recursos disciplinares:
I - pedido de
reconsideração de ato;
II - recurso
hierárquico.
Art. 57. O pedido de reconsideração de ato é recurso interposto, mediante parte ou
ofício, à autoridade que praticou, ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa
irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, para que o reexamine.
§ 1º. O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado, diretamente, à
autoridade recorrida e por uma única vez.
§ 2º. O pedido de reconsideração de ato, que tem efeito suspensivo, deve ser
apresentado no prazo máximo de 5 (cinco) dias, a
contar da data em que o militar do Estado tomar ciência do ato que o motivou.
§ 3º. A autoridade a quem for dirigido o pedido de reconsideração de ato
deverá, saneando se possível o ato praticado, dar solução ao recurso, no prazo
máximo de 10 (dez) dias, a contar da data de recebimento do documento, dando
conhecimento ao interessado, mediante despacho fundamentado que deverá ser
publicado.
§ 4º. O subordinado que não tiver oficialmente conhecimento da solução do
pedido de reconsideração, após 30 (trinta) dias contados da data de sua
solicitação, poderá interpor recurso hierárquico no prazo previsto no inciso I
do § 3º, do artigo seguinte.
§ 5º. O pedido de reconsideração de ato deve ser redigido de forma respeitosa,
precisando o objetivo e as razões que o fundamentam, sem comentários ou
insinuações desnecessários, podendo ser acompanhado de documentos comprobatórios.
§ 6º. Não será conhecido o pedido de reconsideração intempestivo,
procrastinador ou que não apresente fatos ou argumentos novos que modifiquem a
decisão anteriormente tomada, devendo este ato ser publicado, obedecido o
prazo do § 3º deste artigo.
Art. 58. O recurso hierárquico, interposto por uma única vez, terá efeito
suspensivo e será redigido sob a forma de parte ou ofício e endereçado
diretamente à autoridade imediatamente superior àquela que não reconsiderou o
ato tido por irregular, ofensivo, injusto ou ilegal.
§ 1º. A interposição do recurso de que trata este artigo, a qual deverá ser
precedida de pedido de reconsideração do ato, somente poderá ocorrer depois de
conhecido o resultado deste pelo requerente, exceto na hipótese prevista pelo
§ 4º do artigo anterior.
§ 2º. A autoridade que receber o recurso hierárquico deverá comunicar tal
fato, por escrito, àquela contra a qual está sendo interposto.
§ 3º. Os prazos referentes ao recurso hierárquico são:
I - para
interposição: 5(cinco) dias, a contar do conhecimento
da solução do pedido de reconsideração pelo interessado ou do vencimento do
prazo do § 4º. do artigo anterior;
II - para
comunicação: 3 (três) dias, a contar do protocolo da
OPM ou OBM da autoridade destinatária;
III - para solução: 10 (dez) dias, a contar do recebimento da interposição do
recurso no protocolo da OPM ou OBM da autoridade destinatária.
§ 4º. O recurso hierárquico, em termos respeitosos, precisará o objeto que o
fundamenta de modo a esclarecer o ato ou fato, podendo ser acompanhado de
documentos comprobatórios.
§ 5º. O recurso hierárquico não poderá tratar de assunto estranho ao ato ou
fato que o tenha motivado, nem versar sobre matéria impertinente ou fútil.
§ 6º. Não será conhecido o recurso hierárquico intempestivo, procrastinador ou
que não apresente fatos ou argumentos novos que modifiquem a decisão
anteriormente tomada, devendo ser cientificado o interessado, e publicado o ato
em boletim, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 59. Solucionado o recurso hierárquico, encerra-se para o recorrente a
possibilidade administrativa de revisão do ato disciplinar
sofrido, exceto nos casos de representação previstos nos §§ 3º. e 4º. do art. 30.
Art. 60. Solucionados os recursos disciplinares e havendo sanção disciplinar a
ser cumprida, o militar do Estado iniciará o seu cumprimento dentro do prazo
de 3 (três) dias:
I - desde que não
interposto recurso hierárquico, no caso de solução do pedido de reconsideração;
II - após solucionado o recurso hierárquico.
Art. 61. Os prazos para a interposição dos recursos de que trata este Código são
decadenciais.
CAPÍTULO XI
Da Revisão dos Atos Disciplinares
Art. 62. As autoridades competentes para aplicar sanção disciplinar, exceto as
ocupantes dos postos de 1º. tenente a major, quando tiverem conhecimento, por via
recursal ou de ofício, da possível existência de irregularidade ou ilegalidade
na aplicação da sanção imposta por elas ou pelas autoridades subordinadas,
podem, de forma motivada e com publicação, praticar um dos seguintes atos:
I - retificação;
II - atenuação;
III - agravação;
IV - anulação.
Art.
Art.
Art.
Parágrafo único. Não caberá agravamento da sanção em razão da interposição de recurso
disciplinar pelo militar acusado.
Art. 66. Anulação é a declaração de invalidade da sanção disciplinar aplicada
pela própria autoridade ou por autoridade subordinada, quando, na apreciação do
recurso, verificar a ocorrência de ilegalidade, devendo retroagir à data do
ato.
Parágrafo único. A anulação de sanção administrativo-disciplinar somente poderá ser feita
no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da data da
publicação do ato que se pretende invalidar, ressalvado o disposto no inciso
III do art. 41 deste Código.
CAPÍTULO XII
Das Recompensas Militares
Art. 67. As recompensas militares constituem reconhecimento dos bons serviços
prestados pelo militar do Estado e consubstanciam-se em prêmios concedidos por
atos meritórios e serviços relevantes.
Art. 68. São recompensas militares:
I - elogio;
II - dispensa de
serviço;
III - cancelamento de sanções, passíveis dessa medida.
Parágrafo único. O elogio individual, ato administrativo que coloca em relevo as qualidades
morais e profissionais do militar, poderá ser formulado independentemente da
classificação de seu comportamento e será registrado nos assentamentos.
Art.
Parágrafo único. A concessão de dispensas do serviço, observado o disposto neste artigo,
fica limitada ao máximo de 6(seis) dias por ano, sendo
sempre publicada em boletim.
Art. 70. O cancelamento de sanções disciplinares consiste na retirada dos
registros realizados nos assentamentos individuais do militar da ativa,
relativos às penas disciplinares que lhe foram aplicadas, sendo inaplicável às
sanções de reforma administrativa disciplinar, de demissão e de expulsão.
§ 1º. O cancelamento de sanções é ato do Comandante-Geral, praticado a pedido
do interessado, e o seu deferimento dependerá do reconhecimento de que o
interessado vem prestando bons serviços à Corporação, comprovados em seus
assentamentos, e depois de decorridos os lapsos temporais a seguir indicados,
de efetivo serviço sem qualquer outra sanção, a contar da data da última pena
imposta:
§ 1º O cancelamento de sanções é ato do Controlador Geral de Disciplina,
praticado a pedido do interessado, e o seu deferimento dependerá do
reconhecimento de que o interessado vem prestando bons serviços à Corporação,
comprovados em seus assentamentos, e depois de decorridos os lapsos temporais a
seguir indicados, de efetivo serviço sem qualquer outra sanção, a contar da
data da última pena imposta:(Nova
redação dada pela Lei n.º 14.933, de 08.06.11)
a) para o cancelamento de advertência: 2 anos;
b) para o cancelamento de repreensão: 3 anos;
c) para o cancelamento de permanência disciplinar ou, anteriormente a esta
Lei, de detenção: 7 anos;
d) para o cancelamento de custódia disciplinar ou, anteriormente a esta Lei,
de prisão administrativa: 10 anos.
§ 2º. Independentemente das condições previstas neste artigo, o
Comandante-Geral poderá cancelar uma ou mais punições do militar que tenha
praticado qualquer ação militar considerada especialmente meritória, que não
chegue a constituir ato de bravura. Configurado ato de bravura, assim
reconhecido, o Comandante-Geral poderá cancelar todas as punições do militar,
independentemente das condições previstas neste artigo.
§ 2º Independentemente das condições previstas neste artigo, o Controlador
Geral de Disciplina poderá cancelar uma ou mais punições do militar que tenha
praticado qualquer ação militar considerada especialmente meritória, que não
chegue a constituir ato de bravura. Configurado ato de bravura, assim
reconhecido, o Comandante-Geral poderá cancelar todas as punições do militar,
independentemente das condições previstas neste artigo. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.933, de
08.06.11)
§1º O cancelamento de sanções é ato do
Comandante-Geral de ofício comprovados em seus assentamentos, depois de
decorridos os lapsos temporais a seguir indicados, de efetivo serviço sem
qualquer outra sanção, a contar da data da última pena imposta: (Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
I - para o
cancelamento de advertência: 2 anos;
II - para o cancelamento
de repreensão: 3 anos;
III - para o cancelamento
de permanência disciplinar ou, anteriormente a esta Lei, de detenção: 7 anos;
IV - para o cancelamento
de custódia disciplinar ou, anteriormente a esta Lei, de prisão administrativa:
10 anos.
§2º Independentemente das condições
previstas neste artigo, o Controlador-Geral de Disciplina poderá cancelar uma
ou mais
punições do militar que tenha praticado qualquer ação militar considerada
especialmente meritória, que não chegue a constituir ato de bravura.
Configurando ato de bravura, assim reconhecido, o Comandante-Geral poderá
cancelar todas as punições do militar, independente das condições previstas
neste artigo. (Nova redação dada pela Lei n.º
15.051, de 06.12.11)
§ 3º. O cancelamento de sanções não terá efeito retroativo e não motivará o
direito de revisão de outros atos administrativos decorrentes das sanções
canceladas.
CAPÍTULO XIII
Do Processo Regular
Seção I
Disposições Gerais
Art. 71. O processo regular de que trata este Código, para os militares do Estado,
será:
I - o Conselho de
Justificação, para oficiais;
II - o Conselho de
Disciplina, para praças com 10 (dez) ou mais anos de serviço militar no Estado;
III - o processo administrativo-disciplinar, para praças com menos de 10 (dez)
anos de serviço militar no Estado;
IV - o procedimento
disciplinar previsto no Capítulo VII desta Lei.
§ 1º. O processo regular poderá ter por base investigação preliminar, inquérito
policial-militar ou sindicância instaurada, realizada ou acompanhada pela
Corregedoria-Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Defesa Social, criada pela
Lei Estadual nº. 12.691, de 16 de maio de 1997.
§ 1º O processo
regular poderá ter por base investigação preliminar, inquérito policial-militar
ou sindicância instaurada, realizada ou acompanhada pela Controladoria Geral
dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário.(Nova redação dada pela
lei n.º 14.933, de 08.06.11)
§ 2º. A inobservância
dos prazos previstos para o processo regular não acarreta a nulidade do
processo, porém os membros do Conselho ou da comissão poderão responder pelo
retardamento injustificado do processo.
Art. 72. O militar do Estado submetido a processo regular deverá, quando houver
possibilidade de prejuízo para a hierarquia, disciplina ou para a apuração do
fato, ser designado para o exercício de outras funções, enquanto perdurar o
processo, podendo ainda a autoridade instauradora proibir-lhe o uso do uniforme
e o porte de arma, como medida cautelar.
Parágrafo único. Não impede a instauração de novo
processo regular, caso surjam novos fatos ou evidências posteriormente à
conclusão dos trabalhos na instância administrativa, a absolvição,
administrativa ou judicial, do militar do Estado em razão de:
I - não haver prova
da existência do fato;
II - falta de prova
de ter o acusado concorrido para a transgressão; ou,
III - não existir prova suficiente para a condenação.
Art. 73. Aplicam-se a esta Lei,
subsidiariamente, pela ordem, as normas do Código do Processo Penal Militar, do
Código de Processo Penal e do Código de Processo Civil.
Art. 74. Extingue-se a punibilidade da
transgressão disciplinar pela:
I - passagem do transgressor da reserva
remunerada para a reforma ou morte deste;
II - prescrição.
§ 1º. A prescrição de que trata o inciso
II deste artigo se verifica:
a) em 2 (dois)
anos, para transgressão sujeita à advertência e repreensão;
b) em 3 (três)
anos, para transgressão sujeita à permanência disciplinar;
c) em 4
(quatro) anos, para transgressão sujeita à custódia disciplinar;
d) em 5
(cinco) anos, para transgressão sujeita á reforma administrativa; disciplinar,
demissão, expulsão e proibição do uso do uniforme e do porte de arma;
e) no mesmo prazo e condição
estabelecida na legislação penal, especialmente no código penal ou penal
militar, para transgressão compreendida também como crime.
§ 2º. O início da contagem do prazo de
prescrição de qualquer transgressão disciplinar é da data em que foi praticada,
interrompendo-se pela instauração de sindicância, de conselho de justificação
ou disciplina ou de processo administrativo-disciplinar ou pelo sobrestamento
destes.
Do Conselho de Justificação
Art. 75. O Conselho de Justificação destina-se a apurar as transgressões
disciplinares cometidas por oficial e a incapacidade deste para permanecer no
serviço ativo militar.
Parágrafo único. O Conselho de Justificação aplica-se também ao oficial inativo
presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade.
Art. 76. O oficial submetido a Conselho de Justificação e considerado culpado, por
decisão unânime, deverá ser agregado disciplinarmente mediante ato do
Comandante-Geral, até decisão final do Tribunal competente, ficando:
I - afastado das
suas funções e adido à Unidade que lhe for designada;
II - proibido de
usar uniforme e de portar arma;
III - mantido no respectivo Quadro, sem número, não concorrendo à promoção.
Art.
Art.
Art.
§ 1º. . Quando o
justificante for oficial superior do último posto, o Conselho será formado por
oficiais daquele posto, da ativa ou na inatividade, mais antigos que o
justificante, salvo na impossibilidade. Quando o justificante for oficial da
reserva remunerada, um dos membros do Conselho poderá ser da reserva
remunerada.
§ 2º. Não podem fazer parte
do Conselho de Justificação:
I - o Oficial que
formulou a acusação;
II - os Oficiais que tenham entre si, com
o acusador ou com o acusado, parentesco consangüíneo ou afim, na linha reta ou
até o quarto grau de consangüinidade colateral ou de natureza civil;
III - os Oficiais que tenham particular
interesse na decisão do Conselho de Justificação; e
IV - os Oficiais subalternos.
§ 3º. O Conselho de
Justificação funciona sempre com a totalidade de seus membros, em local que a
autoridade nomeante, ou seu presidente, julgue melhor indicado para a apuração
dos fatos.
Art. 78. O Conselho de Justificação dispõe de
um prazo de 60(sessenta) dias, a contar da data de sua nomeação, para a
conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias
para deliberação, confecção e remessa do relatório conclusivo.
Art. 79. Reunido o
Conselho de Justificação, convocado previamente por seu Presidente, em local,
dia e hora designados com antecedência, presentes o acusado e seu defensor, o
Presidente manda proceder à leitura e a autuação dos documentos que instruíram
e os que constituíram o ato de nomeação do Conselho; em seguida, ordena a
qualificação e o interrogatório do justificante, previamente cientificado da
acusação, sendo o ato reduzido a termo, assinado por todos os membros do
Conselho, pelo acusado e pelo defensor, fazendo-se a juntada de todos os
documentos por este acaso oferecidos em defesa.
§ 1º. Sempre que o
acusado não for localizado ou deixar de atender à intimação formal para comparecer
perante o Conselho de Justificação serão adotadas as seguintes providências:
a) a intimação é publicada em órgão de
divulgação com circulação na respectiva OPM ou OBM;
b) o processo corre à revelia do
acusado, se não atender à publicação, sendo desnecessária sua intimação para os
demais atos processuais.
§ 2º. Ao acusado revel será nomeado defensor público,
indicado pela Defensoria Publica do Estado,
por solicitação do Comandante-Geral da Corporação, para promover a defesa do
oficial justificante, sendo o defensor intimado para acompanhar os atos
processuais.
§ 2º Ao acusado revel será nomeado defensor dativo, por
solicitação do Controlador Geral de
Disciplina, para promover a defesa do oficial justificante, sendo o defensor
intimado para acompanhar os atos processuais.(Nova redação dada pela lei n.º 14.933, de
08.06.11)
§ 3º. Reaparecendo, o revel poderá acompanhar o processo no estágio em que se encontrar,
podendo nomear advogado de sua escolha, em substituição ao defensor público.
§2º Ao acusado revel ou não
comparecimento do defensor nomeado pelo acusado em qualquer ato do processo,
será nomeado defensor dativo, por solicitação do Controlador Geral de
Disciplina, para promover a defesa do oficial justificante, sendo o defensor
intimado para acompanhar os atos processuais.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
§3º Reaparecendo, o revel poderá acompanhar
o processo no estágio em que se encontrar, podendo nomear defensor de sua
escolha, em substituição ao defensor dativo.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
§ 4º. Aos membros do
Conselho de Justificação é lícito reinquirir o acusado e as testemunhas sobre o
objeto da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos. O
reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade.
§ 5º. Em sua defesa,
pode o acusado requerer a produção, perante o Conselho de Justificação, de
todas as provas permitidas no Código de Processo Penal Militar. A autenticação
de documentos exigidos em cópias poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 6º. As provas a serem
colhidas mediante carta precatória serão efetuadas por intermédio da autoridade
Policial-Militar ou, na falta desta, da Policia Judiciária local.
Art. 80. O acusado poderá,
após o interrogatório, no prazo de três dias, oferecer
defesa prévia, arrolando até três testemunhas e requerer a juntada de
documentos que entender convenientes à sua defesa.
Art. 81. Apresentada ou
não a defesa, proceder-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as de
acusação, em número de até três, serem ouvidas em primeiro lugar.
Parágrafo único. As testemunhas de acusação que nada disserem
para o esclarecimento dos fatos, a Juízo do Conselho de Justificação, não serão
computadas no número previsto no caput,
sendo desconsiderado seu depoimento.
Art. 82. O acusado e seu advogado, querendo, poderão comparecer a todos os atos do
processo conduzido pelo Conselho de Justificação, sendo para tanto intimados,
ressalvado o caso de revelia.
Art. 82. O acusado e seu defensor, querendo,
poderão comparecer a todos os atos do processo conduzido pelo Conselho de
Justificação, sendo para tanto intimados, ressalvado o caso de revelia.(Nova redação dada
pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à sessão secreta de
deliberação do Conselho de Justificação.
Art. 83. Encerrada a fase
de instrução, o oficial acusado será intimado para apresentar, por seu advogado
ou defensor público, no prazo de 15 (quinze) dias, suas razões finais de
defesa.
Art. 83. Encerrada a fase de instrução, o oficial
acusado será intimado para apresentar, por seu defensor nomeado ou dativo, no
prazo de 15 (quinze) dias, suas razões finais de defesa.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Art. 84.
Apresentadas
as razões finais de defesa, o Conselho de Justificação passa a deliberar sobre
o julgamento do caso, em sessão, facultada a presença do advogado do
militar processado, elaborando, ao
final, relatório conclusivo.
Art. 84. Apresentadas as razões finais de defesa,
o Conselho de Justificação passa a deliberar sobre o julgamento do caso, em
sessão, facultada a presença do defensor do militar processado, elaborando, ao
final, relatório conclusivo.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
§ 1º. O relatório
conclusivo, assinado por todos os membros do Conselho de Justificação, deve
decidir se o oficial justificante:
I - é ou não culpado das acusações;
II - está ou não definitivamente
inabilitado para o acesso, o oficial considerado provisoriamente não habilitado
no momento da apreciação de seu nome para ingresso em Quadro de Acesso;
III - está ou não incapaz de permanecer
na ativa ou na situação em que se encontra na inatividade.
§ 2º. A decisão do
Conselho de Justificação será tomada por maioria de votos de seus membros,
facultada a justificação, por escrito, do voto vencido.
Art. 85. Elaborado o relatório conclusivo,
será lavrado termo de encerramento, com a remessa do processo, pelo presidente
do Conselho de Justificação, ao Governador do Estado, por intermédio do
Comandante-Geral da Corporação e do Secretário da Segurança Pública e Defesa
Social.
Art. 85. Elaborado o relatório conclusivo,
será lavrado termo de encerramento, com a remessa do processo, pelo Presidente
do Conselho de Justificação, ao Controlador Geral de Disciplina. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.933, de
08.06.11)
Art. 85. Elaborado o relatório conclusivo,
será lavrado termo de encerramento, com a remessa do processo, pelo Presidente
do Conselho de Justificação, ao Controlador-Geral de Disciplina para fins do
previsto no art. 28-A, da Lei Complementar nº 98, de 20 de junho de 2011.(Nova redação dada pela
Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Art. 86. Recebidos os
autos do processo regular do Conselho de Justificação, o Governador do Estado
decidirá se aceita ou não o julgamento constante do relatório conclusivo,
determinando:
I - o arquivamento do processo, caso procedente a
justificação;
II - a aplicação da
pena disciplinar cabível, adotando as razões constantes do relatório
conclusivo do Conselho de Justificação ou concebendo outros fundamentos;
III - a adoção das providências
necessárias à transferência para a reserva remunerada, caso considerado o
oficial definitivamente não habilitado para o acesso;
IV - a remessa do processo ao Auditor
da Justiça Militar do Estado, caso a acusação julgada administrativamente
procedente seja também, em tese, crime;
V - a remessa do processo ao Tribunal de
Justiça do Estado, quando a pena a ser aplicada for a de reforma administrativa
disciplinar ou de demissão, em conformidade com o disposto no art. 176, § 8º ,
da Constituição Estadual.
Art. 87. No Tribunal de Justiça, distribuído
o processo, o relator mandará citar o oficial acusado para, querendo, oferecer
defesa, no prazo de 10 (dez) dias, sobre a conclusão do Conselho de
Justificação e a decisão do Governador do Estado, em seguida, mandará abrir
vista para o parecer do Ministério Público, no prazo de 10(dez) dias, e, na
seqüência, efetuada a revisão, o processo deverá ser incluído em pauta para
julgamento.
§ 1º. O Tribunal de
Justiça, caso julgue procedente a acusação, confirmando a decisão oriunda do
Executivo, declarará o oficial indigno do oficialato ou com ele incompatível,
decretando:
I - a perda do posto e da patente; ou,
II - a reforma administrativa
disciplinar, no posto que o oficial possui na ativa,
com proventos proporcionais ao tempo de serviço militar.
§ 2º. Publicado o
acórdão do Tribunal, o Governador do Estado decretará a demissão ex officio ou a
reforma administrativa disciplinar do oficial transgressor.
Seção III
Do Conselho de Disciplina
Art. 88. O Conselho de Disciplina destina-se
a apurar as transgressões disciplinares cometidas pela praça da ativa ou da
reserva remunerada e a incapacidade moral desta para permanecer no serviço
ativo militar ou na situação de inatividade em que se encontra.
§ 1º. O Conselho de
Disciplina será composto por 3 (três) oficiais da ativa e instaurado por ato do
respectivo Comandante-Geral ou por outra autoridade a quem for delegada essa
atribuição.
§1º O Conselho de Disciplina será
composto por no mínimo 3(três) oficiais, sejam
Militares ou Bombeiros Militares Estaduais, ou das Forças Armadas, tendo no
mínimo 1 (um) Oficial intermediário, recaindo sobre o mais antigo a
presidência, e um assistente, que servirá como secretário. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.933, de
08.06.11)
§1º A constituição do Conselho de Disciplina dar-se-á por ato do
Controlador Geral de Disciplina, composto, cada um, por 3
(três) Oficiais, sejam Militares ou Bombeiros Militares Estaduais, ou das
Forças Armadas, dos quais, um Oficial Intermediário, recaindo sobre o mais
antigo a presidência da Comissão, outro atuará como interrogante e o último
como relator e escrivão.(Nova redação dada pela
Leri n. 15.051, de 06.12.11)
§ 2º. O mais antigo do Conselho, no
mínimo um capitão, será o presidente e o que se lhe seguir em antigüidade ou
precedência funcional será o interrogante, sendo o relator e escrivão o mais
moderno.
§ 3º. Entendendo necessário, o presidente poderá nomear um subtenente ou
sargento para funcionar como escrivão no processo, o qual não integrará o
Conselho.
§ 4º. Não podem fazer
parte do Conselho de Disciplina:
I -
o Oficial que formulou a acusação;
II - os Oficiais que tenham entre si, com
o acusador ou com o acusado, parentesco consangüíneo ou afim, na linha reta ou
até o quarto grau de consangüinidade colateral ou de natureza civil; e,
III - os Oficiais que tenham particular
interesse na decisão do Conselho de Disciplina.
§ 5º. O Conselho de
Disciplina funciona sempre com a totalidade de seus membros, em local que a
autoridade nomeante, ou seu presidente, julgue melhor indicado para a apuração
dos fatos.
§ 6º. A instauração de Conselho de Disciplina importa no afastamento da praça
do exercício de qualquer função policial, para que permaneça à disposição do
Conselho.
Art. 89. As autoridades referidas no artigo
anterior podem, com base na natureza da falta ou na inconsistência dos fatos
apontados, considerar, desde logo, insuficiente a acusação e, em conseqüência,
deixar de instaurar o Conselho de Disciplina, sem prejuízo de novas
diligências.
Art. 90. O Conselho de Disciplina poderá ser instaurado, independentemente da
existência ou da instauração de inquérito policial comum ou militar, de
processo criminal ou de sentença criminal transitada em julgado.
Parágrafo único. Se no curso dos trabalhos do Conselho surgirem indícios de crime comum
ou militar, o presidente deverá extrair cópia dos autos, remetendo-os, por
ofício, à autoridade competente para início do respectivo inquérito policial ou
da ação penal cabível.
Art. 91. Será instaurado apenas um processo quando o ato ou atos motivadores
tenham sido praticados
em concurso de agentes.
§ 1º. Havendo dois ou mais acusados pertencentes a Corporações Militares
diversas, o processo será instaurado pelo Secretário da
Segurança Pública e Defesa Social.
§ 1º Havendo 2 (dois) ou mais acusados pertencentes a Corporações
Militares diversas, o processo será instaurado pelo Secretário de Segurança Pública
e Defesa Social, ou pelo Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário.(Nova
redação dada pela Lei n.º 14.933, de 08.06.11)
§ 2º. Existindo concurso ou continuidade infracional,
deverão todos os atos censuráveis constituir o libelo
acusatório da portaria.
§ 3º. Surgindo, após a elaboração da portaria, elementos de autoria e
materialidade de infração disciplinar conexa, em continuidade ou em concurso,
esta poderá ser aditada, abrindo-se novos prazos para a defesa.
Art. 92. O Conselho de Disciplina dispõe de
um prazo de 45(quarenta e cinco) dias, a contar da data de sua nomeação, para a
conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias
para deliberação, confecção e remessa do relatório conclusivo.
Art. 93. Reunido o
Conselho de Disciplina, convocado previamente por seu Presidente, em local, dia
e hora designados com antecedência, presentes o acusado e seu defensor, o
Presidente manda proceder a leitura e a autuação dos
documentos que instruíram e os que constituíram o ato de nomeação do Conselho;
em seguida, ordena a qualificação e o interrogatório da praça, previamente
cientificada da acusação, sendo o ato reduzido a termo, assinado por todos os
membros do Conselho, pelo acusado e pelo defensor, fazendo-se a juntada de
todos os documentos por este acaso oferecidos em defesa.
§ 1º. Sempre que a
praça acusada não for localizada ou deixar de atender à intimação formal para
comparecer perante o Conselho de Disciplina serão adotadas as seguintes
providências:
a) a intimação é publicada em órgão de
divulgação com circulação na respectiva OPM ou OBM;
b) o processo corre à revelia do
acusado, se não atender à publicação, sendo desnecessária sua intimação para os
demais atos processuais.
§ 2º. Ao acusado revel será nomeado defensor público,
indicado pela Defensoria Publica do Estado,
por solicitação do Comandante-Geral da Corporação, para promover a defesa da
praça, sendo o defensor intimado para acompanhar os atos processuais.
§ 3º. Reaparecendo, o revel poderá acompanhar o processo no estágio em que se
encontrar, podendo nomear advogado de sua escolha, em substituição ao defensor
público.
§2º Ao acusado revel ou não comparecimento do defensor nomeado pelo acusado em qualquer ato do processo, será nomeado defensor dativo, para promover a defesa da praça, sendo o defensor intimado para acompanhar os atos processuais.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
§3º Reaparecendo, o revel poderá
acompanhar o processo no estágio em que se encontrar, podendo nomear defensor
de sua escolha, em substituição ao defensor dativo.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
§ 4º. Aos membros do
Conselho de Disciplina é lícito reinquirir o acusado e as testemunhas sobre o
objeto da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos. O
reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade.
§ 5º. Em sua defesa,
pode o acusado requerer a produção, perante o Conselho de Disciplina, de todas
as provas permitidas no Código de Processo Penal Militar. A autenticação de
documentos exigidos em cópias poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 6º. As provas a serem
colhidas mediante carta precatória serão efetuadas por intermédio da autoridade
policial-militar ou bombeiro-militar, na falta destas, da Polícia Judiciária
local.
Art. 94. O acusado poderá,
após o interrogatório, no prazo de três dias, oferecer
defesa prévia, arrolando até três testemunhas e requerer a juntada de
documentos que entender convenientes à sua defesa.
Art. 95. Apresentada ou
não a defesa, proceder-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as de
acusação, em número de até três, serem ouvidas em primeiro lugar.
Parágrafo único. As testemunhas de acusação que nada disserem
para o esclarecimento dos fatos, a Juízo do Conselho de Disciplina, não serão
computadas no número previsto no caput,
sendo desconsiderado seu depoimento.
Art. 96. O acusado e seu advogado, querendo, poderão comparecer a todos os atos do
processo conduzido pelo Conselho de Disciplina, sendo para tanto intimados,
ressalvado o caso de revelia.
Art. 96. O acusado e seu defensor, querendo,
poderão comparecer a todos os atos do processo conduzido pelo Conselho de
Disciplina, sendo para tanto intimados, ressalvado o caso de revelia.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à sessão secreta de
deliberação do Conselho de Disciplina.
Art. 97. Encerrada a fase
de instrução, a praça acusada será intimada para apresentar, por seu advogado
ou defensor público, no prazo de 8 (oito) dias, suas
razões finais de defesa.
Art. 98.
Apresentadas as razões finais de defesa, o Conselho de Disciplina passa a
deliberar sobre o julgamento do caso, em sessão, facultada a presença do
advogado do militar processado, elaborando, ao final, o relatório
conclusivo.
Art. 98. Apresentadas as razões finais de
defesa, o Conselho de Disciplina passa a deliberar sobre o julgamento do caso,
em sessão, facultada a presença do defensor do militar processado, elaborando,
ao final, o relatório conclusivo.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
§ 1º. O relatório
conclusivo, assinado por todos os membros do Conselho de Disciplina, deve
decidir se a praça acusada:
I - é ou não culpada das acusações;
II - está ou não incapacitada de
permanecer na ativa ou na situação em que se encontra na inatividade.
§ 2º. A decisão do
Conselho de Disciplina será tomada por maioria de votos de seus membros,
facultada a justificação, por escrito, do voto vencido.
Art. 99. Elaborado o relatório conclusivo,
será lavrado termo de encerramento, com a remessa do processo, pelo presidente
do Conselho de Disciplina, à autoridade competente para proferir a decisão, a
qual dentro do prazo de 20 dias, decidirá se aceita ou
não o julgamento constante do relatório conclusivo, determinando:
I - o arquivamento do processo, caso improcedente a
acusação, adotando as razões constantes do relatório conclusivo do Conselho de
Disciplina ou concebendo outros fundamentos;
II - a aplicação da
pena disciplinar cabível, adotando as razões constantes do relatório
conclusivo do Conselho de Disciplina ou concebendo outros fundamentos;
III - a adoção das providências
necessárias à efetivação da reforma administrativa disciplinar ou da demissão
ou da expulsão;
IV - a remessa do processo ao Auditor
da Justiça Militar do Estado, caso a acusação julgada administrativamente
procedente seja também, em tese, crime.
§ 1º. A decisão proferida no processo
deve ser publicado oficialmente no Boletim da
Corporação e transcrita nos assentamentos da Praça.
§ 2º. A reforma administrativa
disciplinar da Praça é efetivada no grau hierárquico que possui na ativa, com
proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 100. O acusado ou, no caso de revelia, o
seu Defensor que acompanhou o processo pode interpor recurso contra a decisão
final proferida no Conselho de Disciplina, no prazo de 5
(cinco) dias, para a autoridade que instaurou o processo regular.
Parágrafo único. O prazo para a interposição do recurso é contado da
data da intimação pessoal do acusado ou de seu advogado ou defensor, ou,
havendo qualquer dificuldade para estas se efetivarem, da data da publicação no
Boletim da Corporação.
Parágrafo único.O prazo para a interposição do recurso
é contado da data da intimação pessoal do acusado ou de seu defensor, ou,
havendo qualquer dificuldade para estas se efetivarem, da data da publicação no
Boletim da Corporação.(Nova redação dada pela
Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Art. 101. Cabe à autoridade que instaurou o
processo regular, em última instância, julgar o recurso interposto contra a
decisão proferida no processo do Conselho de Disciplina, no prazo de 30
(trinta) dias, contados da data do recebimento do processo com o recurso.
Art.
Art.
Seção IV
Do Processo Administrativo-Disciplinar
Art. 103. O processo administrativo-disciplinar é o processo regular, realizado por
comissão processante, formada por três oficiais, designada por portaria do
Comandante-Geral, destinado a apurar as transgressões disciplinares cometidas
pela praça da ativa com menos de 10 (dez)
anos de serviço militar no Estado e a incapacidade moral desta para
permanecer no serviço ativo militar, observado o procedimento previsto na Seção
anterior.
Art. 103. O processo administrativo-disciplinar é o processo regular, realizado
por comissão processante, composta por 3 (três)
membros que serão indicados por ato do Controlador Geral de
Disciplina, ou a quem por delegação couber, dentre Delegados de Polícia ou
Servidores Públicos Estáveis, sendo 1 (um) presidente, 1 (um) secretário e 1
(um) membro. (Nova redação dada pela Lei n.º
14.933, de 08.06.11)
Parágrafo único. A comissão
processante dispõe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua
nomeação, para a conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais
15 (quinze) dias para deliberação, confecção e remessa do relatório conclusivo.
Art. 103. O processo administrativo-disciplinar é o processo regular, realizado por comissão processante formada por 3 (três) oficiais, designada por portaria do Controlador-Geral de Disciplina, destinado a apurar as transgressões disciplinares cometidas pela praça da ativa, com menos de 10 (dez) anos de serviço militar no Estado e a incapacidade moral desta para permanecer no serviço ativo, observado o procedimento previsto na Seção anterior.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Parágrafo único: A comissão processante dispõe de
um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua nomeação, para a
conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias
para confecção e remessa do relatório conclusivo.(Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
Art. 104. Para os efeitos deste Código, considera‑se
Comandante de Unidade o oficial que estiver exercendo funções privativas dos
postos de coronel e de tenente-coronel.
Parágrafo único. As expressões diretor e chefe têm o mesmo significado de Comandante de
Unidade.
Art. 105. Os Comandantes-Gerais poderão baixar instruções complementares
conjuntas, necessárias à interpretação, orientação e fiel aplicação do disposto
neste Código.
Art. 106. Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação,
revogadas todas as disposições em contrário, em especial as Leis nºs. 10.280, de 5 de julho de
1989, e 10.341, de 22 de novembro de 1979,
o Decreto nº. 14.209, de 19 de dezembro de 1980, e as constantes da Lei nº. 10.072, de 20 de dezembro de 1976, e de suas
alterações.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 21
de novembro de 2003.
Lúcio
Gonçalo de Alcântara
GOVERNADOR
DO ESTADO DO CEARÁ
Iniciativa: Poder
Executivo